Naquele 1º de Maio, uma banda visita o
presídio. É uma forma de recompensar os trabalhos forçados daqueles
prisioneiros.
Sob o fedor de ambiente putrefato e carcomido,
centenas de milhares, milhares de centenas, centenas de centenas ou
inúmeros agentes tinham
em mãos folhetos que silenciavam a festança que os cercava:
"O primeiro de maio é um dia extremamente importante na história dos povos modernos.
Em 1886, na cidade de Chicago, ocorreram as grandes manifestações para redução da jornada de trabalho que ficaram conhecidas como REVOLTA DE RAYMARKET, com a morte de diversos ativistas, que impulsionaram outros protestos pelo mundo e culminaram no início dos direitos trabalhistas.
Ainda hoje, mais do que nunca talvez, o homem se vê muitas vezes aprisionado ao trabalho. Sem tempo para a família, para o lazer, para o estudo. Principalmente nas metrópoles, onde o trânsito e o ritmo imposto para se pagar a 'sobrevivência' chega a ser absurdo em inúmeros casos.
É preciso refletir sobre os caminhos dessa nossa modernidade...aonde o progresso está nos levando? Estamos ficando mais livres...ou mais aprisionados com a evolução desse sistema?
Só neste ano - de todo o ORÇAMENTO PÚBLICO DO [PAÍS] (o montante que deve ser destinado à saúde, educação etc.) quase 50% foram diretamente para o pagamento dos JUROS DA DÍVIDA que temos com os banqueiros, nacionais e internacionais.
No fim das contas....quase todos trabalhamos para sustentar esse modelo de [prisionismo] baseado na DÍVIDA, nos JUROS e na exploração.
É preciso acordar e lutar!
Nem só de festa vive o HOMEM!"
"O primeiro de maio é um dia extremamente importante na história dos povos modernos.
Em 1886, na cidade de Chicago, ocorreram as grandes manifestações para redução da jornada de trabalho que ficaram conhecidas como REVOLTA DE RAYMARKET, com a morte de diversos ativistas, que impulsionaram outros protestos pelo mundo e culminaram no início dos direitos trabalhistas.
Ainda hoje, mais do que nunca talvez, o homem se vê muitas vezes aprisionado ao trabalho. Sem tempo para a família, para o lazer, para o estudo. Principalmente nas metrópoles, onde o trânsito e o ritmo imposto para se pagar a 'sobrevivência' chega a ser absurdo em inúmeros casos.
É preciso refletir sobre os caminhos dessa nossa modernidade...aonde o progresso está nos levando? Estamos ficando mais livres...ou mais aprisionados com a evolução desse sistema?
Só neste ano - de todo o ORÇAMENTO PÚBLICO DO [PAÍS] (o montante que deve ser destinado à saúde, educação etc.) quase 50% foram diretamente para o pagamento dos JUROS DA DÍVIDA que temos com os banqueiros, nacionais e internacionais.
No fim das contas....quase todos trabalhamos para sustentar esse modelo de [prisionismo] baseado na DÍVIDA, nos JUROS e na exploração.
É preciso acordar e lutar!
Nem só de festa vive o HOMEM!"
Em meio à multidão, um deles ousa sussurrar:
– Gostei deste texto.
Um pouco além do seu ombro direito, uma voz
anciã retruca, à medida que se aproxima do ouvido daquele primeiro a se
manifestar:
– Justamente
agora e neste dia, é importante dizer que os nossos representantes internos não
trabalham mais para a redução da hora de trabalho, permanece a escravidão do
deslocamento e imposição do local e da forma de execução do trabalho ou dos
nossos estudos. E o que é pior, tal pensamento retrógrado espalha-se como uma
epidemia virtuosa – como se isso existisse – e contamina a todos os setores,
internos e externos, privados e públicos, sendo certo que pareceres, obras de
arte, projetos e artigos são tratados, atualmente, como peças de montagem que
devem ser produzidos em massa e com meta pré-determinada... Acham que um
projetista, desenhista, programador etc. terá melhor capacidade de produção e
inspiração.
Uma mão toca o ombro do primeiro manifestante.
E a voz anciã conclui:
– Onde estão os militantes de hoje?
Um suspiro profundo e sincero demarca o tempo
indefinido que precede a resposta, e então, o diálogo continua com os olhares
rasteiros do primeiro manifestante:
– Estamos acuados, controlados, sob medida de
falsas ideologias e talvez até de um certo comodismo, ou descrença sobre a
possibilidade de sermos tão controlados. – Seus olhos inquietos parecem buscar
no chão uma saída para situação tão incômoda. Antes de se ver ainda mais
cercado a continuar a exclamar:
– Nos escondemos atrás de máscaras, veiculamos
uma série de informações inúteis, enfim, continuamos a seguir os passos
necessários para sermos considerados apenas “peões de um jogo”.
O desespero do primeiro manifestante é
interrompido pelos dizeres, responsáveis pelo levantar de sua cabeça, emitidos
pelo ancião, enquanto este aponta indiscriminadamente para a festança que os
circunda, por dentro e por fora:
– E ainda batemos palmas para as medidas que vão
nos manietar e nos conduzir para a nossa própria execução!
Os olhares de ambos escorriam entre si mesmos e
para todo o presídio, enxergando agora animais sendo preparados e engordados
para o abate.
Até que o primeiro manifestante, finalmente,
contesta:
– Estamos sob rédeas tão curtas, que pensar em
um 1º de maio como um dia reflexivo ou um dia de ócio ao invés de um dia de “interrupção
do trabalho”, seria considerado utopia!
Seus olhos não buscam mais o chão, estão, agora, direcionados para si.
Inala-se, exala-se. Quando a parte verbal
termina, a revolução individual tem início.
* O texto do panfleto
retirado, levemente alterado (em formação, e foram trocadas algumas palavras que estão entre colchetes), de autoria da banda Famílias Gangters postado por
sua página no Facebook em 1º de maio de 2013.
Os diálogos foram
inspirados em diálogos ocorridos neste dia.
Todos os fatores produtivos são inspirados em "fatos reais".
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