Poucas são as coisas mais bucólicas que a chuva.
Observá-la.
E não sem sentido fictício como esta narração.
Percebê-la, com a pele, com o nariz, os olhos e escutar a belíssima música que de longe as nuvens preparam...
A dança entre vento e chuva, chuva e vento imita movimentos de dedos tentaculares invisíveis que massageiam a terra já tão desgastada e tensa.
Sua voz é suave, coletiva, ressonante de grande amplitude e de presença ainda maior. São micros e milhares de gotículas que a uma velocidade tal, teima em quase se encontrar e por vezes se encontrar no solo com outras milhares e micro gotículas que repousam ao mesmo tempo.
Não de modo tranquilo. Elas se espatifam e se espalham em outros tantos pedaços.
No conjunto, escorrem e tocam os galhos...
Seu brilho relâmpago do céu marcam sua passagem, iluminando seus segundos em segundos de sua espetacular performance!
O cheiro, penetrante, a brisa suave e úmida que refresca os lábios e fecham os olhos que podem em também um só conjunto apreciá-la.
Observar: seu som, seu cheiro, seu toque, sua sensação e seu preenchimento.
Como que abastecendo micro e milhares de células que se alimentam de milhares e micro partículas de água.
Sacia-me. Respiro-te.
Que delícia de chuva!
Seu horizonte. Suas formas. Suas cores. Suas pequenas distorções de feixes de luz.
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